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Altas Expectativas Dublado
Ano de produção: 2016
Nacionalidade: Brasil
Duração: 1h30min
Direção: Pedro Antonio, Álvaro Campos
Áudio: Português
SINOPSE :
Conhecido como Gigante Léo, o humorista Leonardo Reis faz sua estreia como protagonista de longa-metragem em Altas Expectativas. Livremente inspirado em fatos reais da vida dele, o filme narra a paixão do treinador de turfe Décio por Lena (Camila Márdila), jovem suburbana que assume um bistrô no Jockey Club Brasileiro. Tímido por ser anão, ele a observa diariamente pela janela do escritório e assim alimenta a paixão platônica que o desafiará a enfrentar alguns de seus maiores medos.
Primeiro romance brasileiro entre um anão e uma mulher de estatura dita normal e um dos raros longas estrelados por um ator com nanismo (não um astro diminuído digitalmente), Altas Expectativas é daqueles projetos que geram enorme simpatia ainda no papel, uma proposta inclusiva tão bacana que bastaria o que está na sinopse ser mostrado na tela para a eficácia ser garantida. Não é o que ocorre. A abertura é com um show de humor de Léo. “Ué, não era comédia romântica sobre um treinador?” Exato. Trechos do stand-up do Gigante interrompem a história principal para que o público tenha do que rir. Como se piadas previamente testadas pudessem salvar o péssimo roteiro dos diretores Pedro Antonio (Um Tio Quase Perfeito) e Álvaro Campos, inconsistente no humor, bastante covarde no romance. O que há de melhor é o drama do pouco retratado cotidiano das pessoas com nanismo: gente com medo, comentários maldosos, desrespeito, gracinhas repetidas, sustos, perguntas inconvenientes. A importantíssima questão da acessibilidade, no entanto, é incompreensivelmente deixada de lado nas andanças do protagonista pelo Rio de Janeiro, ainda que seja capaz de fazê-lo mudar completa e imediatamente de opinião sobre um vizinho barulhento.
A necessidade mercadológica de destacar o humorista Gigante Léo tanto quanto o inseguro Décio e seu amor platônico deixam a trama incompleta, prejudicando principalmente o alardeado romance - que nasce num amor à primeira vista esquisitíssimo envolvendo um quadro e não rende nem beijo, uma tremenda incoerência numa obra que se pretende tão quebradora de paradigmas. Sem desenvolvimento e unilateral, é mais um processo de conquista da crush do que qualquer outra coisa e a via escolhida – também para justificar o stand-up na trama – é obviamente humor. O sorriso de Lena se torna algo tão cobiçado e raro que deve ter o poder magico de resolver o bistrô vazio, as despesas médicas do irmão e a carreira dela como pintora.
A cargo da boa banda carioca Do Amor, a trilha sonora original é usada sem qualquer moderação. Em praticamente todo fim de cena sobe música, como se as singelas canções do grupo fossem capazes de fazer o trabalho negligenciado pelos realizadores de conectar as sequências. É impossível saber quanto tempo passa entre um momento e outro e a sensação é de uma viagem aos solavancos.
Os coadjuvantes não existem quando não estão ajudando o protagonista. Felipe Abib e Maria Eduarda de Carvalho interpretam tipos histéricos, Agildo Ribeiro faz participação constrangedora e Milhem Cortaz atua como Flávio, antagonista que Lena a princípio rejeita, mas na sequência seguinte surge namorando sério, implicitamente por motivos financeiros. Reduzida ao papel de interesse amoroso, a heroína sisuda de Márdila não tem voz, o que dificulta a compreensão de suas motivações e sentimentos. Sem vasta experiência cinematográfica, Leonardo entrega um bom momento desabafo, mas em geral é prejudicado pela direção, que insiste em colocar a câmera na cara dele buscando expressões silenciosas que o mesmo não consegue alcançar.
Altas Expectativas propaga a ideia da comédia tendo como objetivo principal proporcionar que algo importante seja ouvido pelo maior número de pessoas, não meramente fazer o público rir. Completamente perdido, acaba mostrando que pouco adianta ter uma mensagem importante a passar e bagunçar todo o discurso, ainda que o riso ocasionalmente seja provocado na plateia.
Primeiro romance brasileiro entre um anão e uma mulher de estatura dita normal e um dos raros longas estrelados por um ator com nanismo (não um astro diminuído digitalmente), Altas Expectativas é daqueles projetos que geram enorme simpatia ainda no papel, uma proposta inclusiva tão bacana que bastaria o que está na sinopse ser mostrado na tela para a eficácia ser garantida. Não é o que ocorre. A abertura é com um show de humor de Léo. “Ué, não era comédia romântica sobre um treinador?” Exato. Trechos do stand-up do Gigante interrompem a história principal para que o público tenha do que rir. Como se piadas previamente testadas pudessem salvar o péssimo roteiro dos diretores Pedro Antonio (Um Tio Quase Perfeito) e Álvaro Campos, inconsistente no humor, bastante covarde no romance. O que há de melhor é o drama do pouco retratado cotidiano das pessoas com nanismo: gente com medo, comentários maldosos, desrespeito, gracinhas repetidas, sustos, perguntas inconvenientes. A importantíssima questão da acessibilidade, no entanto, é incompreensivelmente deixada de lado nas andanças do protagonista pelo Rio de Janeiro, ainda que seja capaz de fazê-lo mudar completa e imediatamente de opinião sobre um vizinho barulhento.
A necessidade mercadológica de destacar o humorista Gigante Léo tanto quanto o inseguro Décio e seu amor platônico deixam a trama incompleta, prejudicando principalmente o alardeado romance - que nasce num amor à primeira vista esquisitíssimo envolvendo um quadro e não rende nem beijo, uma tremenda incoerência numa obra que se pretende tão quebradora de paradigmas. Sem desenvolvimento e unilateral, é mais um processo de conquista da crush do que qualquer outra coisa e a via escolhida – também para justificar o stand-up na trama – é obviamente humor. O sorriso de Lena se torna algo tão cobiçado e raro que deve ter o poder magico de resolver o bistrô vazio, as despesas médicas do irmão e a carreira dela como pintora.
A cargo da boa banda carioca Do Amor, a trilha sonora original é usada sem qualquer moderação. Em praticamente todo fim de cena sobe música, como se as singelas canções do grupo fossem capazes de fazer o trabalho negligenciado pelos realizadores de conectar as sequências. É impossível saber quanto tempo passa entre um momento e outro e a sensação é de uma viagem aos solavancos.
Os coadjuvantes não existem quando não estão ajudando o protagonista. Felipe Abib e Maria Eduarda de Carvalho interpretam tipos histéricos, Agildo Ribeiro faz participação constrangedora e Milhem Cortaz atua como Flávio, antagonista que Lena a princípio rejeita, mas na sequência seguinte surge namorando sério, implicitamente por motivos financeiros. Reduzida ao papel de interesse amoroso, a heroína sisuda de Márdila não tem voz, o que dificulta a compreensão de suas motivações e sentimentos. Sem vasta experiência cinematográfica, Leonardo entrega um bom momento desabafo, mas em geral é prejudicado pela direção, que insiste em colocar a câmera na cara dele buscando expressões silenciosas que o mesmo não consegue alcançar.
Altas Expectativas propaga a ideia da comédia tendo como objetivo principal proporcionar que algo importante seja ouvido pelo maior número de pessoas, não meramente fazer o público rir. Completamente perdido, acaba mostrando que pouco adianta ter uma mensagem importante a passar e bagunçar todo o discurso, ainda que o riso ocasionalmente seja provocado na plateia.
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