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Assistir Uma Dobra no Tempo (2018) Online
A Wrinkle In Time Dublado
SINOPSE :
Adaptação de clássico da literatura infantojuvenil estadunidense publicado há quase 60 anos por Madeleine L'Engle, Uma Dobra no Tempo tem o necessário para compor uma atrativa fantasia: batalha do bem contra o mal, valorização do amor, viagem ao desconhecido, seres estranhos e misteriosos, protagonista bem definida, mensagem bonita e importante. Podendo ser caracterizada também como ficção científica, a história acompanha Meg (Storm Reid, eficaz), que graças aos “contatos” do irmão prodígio vê-se em uma aventura interplanetária à procura do pai (Chris Pine), cientista desaparecido há quatro anos.
Pela direção de Ava DuVernay (Selma) a saga ganha valorosas questões raciais e desde a escalação do elenco grita “empoderamento feminino”. Meg, o irmão caçula e o colega creepy Calvin (Levi Miller) são guiados na busca pelas poderosas defensoras do bem Sra. Qual, Sra. Quequeé e Sra. Quem, interpretadas respectivamente por Oprah, Reese Witherspoon e Mindy Kaling, três das mais influentes mulheres da TV americana.
Revelada como primeira mulher da equipe de roteiristas de The Office, a descendente de indianos Mindy vive não por acaso a “feiticeira” letrada que só se comunica por citações; Reese, produtora e estrela de Big Little Lies, obra-prima do white people problems, interpreta a agitada e novata figura mágica que não coloca fé alguma em Meg; e Oprah é a líder do grupo, a mais forte das entidades, a “sabe tudo”, maior que as demais inclusive graças a proporções bizarras. Sua grandeza, no entanto, extrapola na autoreferência e impede que o público deixe a realidade, pois é vista na tela Oprah mais endeusada do que nunca, jamais a Sra. Qual.
Gugu Mbatha-Raw aparece pouco como a mãe também cientista, Zach Galifianakis, Michael Peña e André Holland participam, e David Oyelowo dá voz ao vilão Aquilo - "The It" no original, mas infelizmente nada a ver com Pennywise. O destaque absoluto do elenco, porém, fica por conta do pequeno Deric McCabe, incrível como o caçula Charles Wallace, até o momento em que o roteiro de Jennifer Lee (Frozen) e Jeff Stockwell (Ponte Para Terabítia) decide estragar completamente o carismático personagem salvador de cenas.
Os cartazes prometiam um deslumbrante colorido, mas em verdade não se pode chamar o insosso Uma Dobra no Tempo de impressionante sequer neste ponto. Sem dúvidas muito foi investido em maquiagem, talvez mais do que em efeitos visuais, que estranhamente mostram-se bastante limitados. Sob efeito de entorpecentes tudo deve ficar mais vibrante, as falhas menos grosseiras, as imersões nos cenários mais intensas e quem sabe até a viagem na couve voadora faça algum sentido.
É mais simples aceitar o conceito do tesseract, uma espécie de pulo no espaço-tempo, e o verbo “tesserar” do que entender a escolha de Ava pelo rodízio de ângulos de câmera vazios de significado. Se há algo em que o longa-metragem acerta, no entanto, é na protagonista desconfiada, insegura, vítima de bullying, brilhante e nada corajosa, cuja transformação é narrada seguindo à risca os ditames da jornada do herói. O marcante trecho em que a garota em processo de aceitação é confrontada pela aparência que gostaria de ter, com cabelos alisados, é quando a cineasta honra sua fama de forma mais pungente.
É uma pena que Meg tenha o filme inteiro um contrapeso chamado Calvin, robô adolescente da série “padrão” que transpira autoconfiança, apesar do drama raso em casa, e foi programado para conquistar a mocinha repetindo elogios ao seu cabelo – a cada fala dessa a apreensão me dominava temendo a hora que ele ia pedir para tocar. A dupla não funciona e é responsável por uma das passagens mais piegas da trama, um surreal pacto de confiança estabelecido em Camazotz, a terra do mal em há a sequência mais bela em termos de solução imagética e o pior da história acontece, atingindo o ridículo.
Sem sucesso em provocar qualquer emoção, emulando as Mulheres Perfeitas de certa cena, Uma Dobra no Tempo é uma fantasia fria e terrivelmente roteirizada em que Ava DuVernay exerce sua determinante influência como mulher negra, mas não demonstra excelência como diretora.
Contando com quatro genéricos clipes musicais nada disfarçados no decorrer de seus 110 minutos (mal divididos entre os eventos), o filme da Disney, que tem Sade, Kehlani, Sia, DJ Khaled e Demi Lovato na boa trilha sonora, está fadado a ser lembrado meramente por ter sido o primeiro dirigido por uma mulher negra com orçamento acima dos US$ 100 milhões, um marco histórico cuja importância é tão gigante quanto a ruindade do ato final e as aparições de Oprah.
Pela direção de Ava DuVernay (Selma) a saga ganha valorosas questões raciais e desde a escalação do elenco grita “empoderamento feminino”. Meg, o irmão caçula e o colega creepy Calvin (Levi Miller) são guiados na busca pelas poderosas defensoras do bem Sra. Qual, Sra. Quequeé e Sra. Quem, interpretadas respectivamente por Oprah, Reese Witherspoon e Mindy Kaling, três das mais influentes mulheres da TV americana.
Revelada como primeira mulher da equipe de roteiristas de The Office, a descendente de indianos Mindy vive não por acaso a “feiticeira” letrada que só se comunica por citações; Reese, produtora e estrela de Big Little Lies, obra-prima do white people problems, interpreta a agitada e novata figura mágica que não coloca fé alguma em Meg; e Oprah é a líder do grupo, a mais forte das entidades, a “sabe tudo”, maior que as demais inclusive graças a proporções bizarras. Sua grandeza, no entanto, extrapola na autoreferência e impede que o público deixe a realidade, pois é vista na tela Oprah mais endeusada do que nunca, jamais a Sra. Qual.
Gugu Mbatha-Raw aparece pouco como a mãe também cientista, Zach Galifianakis, Michael Peña e André Holland participam, e David Oyelowo dá voz ao vilão Aquilo - "The It" no original, mas infelizmente nada a ver com Pennywise. O destaque absoluto do elenco, porém, fica por conta do pequeno Deric McCabe, incrível como o caçula Charles Wallace, até o momento em que o roteiro de Jennifer Lee (Frozen) e Jeff Stockwell (Ponte Para Terabítia) decide estragar completamente o carismático personagem salvador de cenas.
Os cartazes prometiam um deslumbrante colorido, mas em verdade não se pode chamar o insosso Uma Dobra no Tempo de impressionante sequer neste ponto. Sem dúvidas muito foi investido em maquiagem, talvez mais do que em efeitos visuais, que estranhamente mostram-se bastante limitados. Sob efeito de entorpecentes tudo deve ficar mais vibrante, as falhas menos grosseiras, as imersões nos cenários mais intensas e quem sabe até a viagem na couve voadora faça algum sentido.
É mais simples aceitar o conceito do tesseract, uma espécie de pulo no espaço-tempo, e o verbo “tesserar” do que entender a escolha de Ava pelo rodízio de ângulos de câmera vazios de significado. Se há algo em que o longa-metragem acerta, no entanto, é na protagonista desconfiada, insegura, vítima de bullying, brilhante e nada corajosa, cuja transformação é narrada seguindo à risca os ditames da jornada do herói. O marcante trecho em que a garota em processo de aceitação é confrontada pela aparência que gostaria de ter, com cabelos alisados, é quando a cineasta honra sua fama de forma mais pungente.
É uma pena que Meg tenha o filme inteiro um contrapeso chamado Calvin, robô adolescente da série “padrão” que transpira autoconfiança, apesar do drama raso em casa, e foi programado para conquistar a mocinha repetindo elogios ao seu cabelo – a cada fala dessa a apreensão me dominava temendo a hora que ele ia pedir para tocar. A dupla não funciona e é responsável por uma das passagens mais piegas da trama, um surreal pacto de confiança estabelecido em Camazotz, a terra do mal em há a sequência mais bela em termos de solução imagética e o pior da história acontece, atingindo o ridículo.
Sem sucesso em provocar qualquer emoção, emulando as Mulheres Perfeitas de certa cena, Uma Dobra no Tempo é uma fantasia fria e terrivelmente roteirizada em que Ava DuVernay exerce sua determinante influência como mulher negra, mas não demonstra excelência como diretora.
Contando com quatro genéricos clipes musicais nada disfarçados no decorrer de seus 110 minutos (mal divididos entre os eventos), o filme da Disney, que tem Sade, Kehlani, Sia, DJ Khaled e Demi Lovato na boa trilha sonora, está fadado a ser lembrado meramente por ter sido o primeiro dirigido por uma mulher negra com orçamento acima dos US$ 100 milhões, um marco histórico cuja importância é tão gigante quanto a ruindade do ato final e as aparições de Oprah.
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