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Zoom Dublado
SINOPSE :
A história por trás de Zoom começa quando o produtor canadense Niv Fichman se ofereceu a Pedro Morelli para dirigir o primeiro longa-metragem solo do jovem diretor com a condição de que o brasileiro entregasse algo “original” – ambos trabalharam juntos em Ensaio Sobre a Cegueira (2008).
O que Morelli (codiretor de Entre Nós, de 2013, ao lado pai, Paulo) traz agora, em parceria com o roteirista estreante Matt Hansen (com passagem pela editora Marvel canadense), é um filme que mistura animação em rotoscopia (processo em que se desenha a partir da imagem filmada do ator) com live-action de um multiplot de três histórias paralelas.
A parte técnica é semelhante ao processo que foi popularizado em Waking Life (2001); já o enredo é declaradamente inspirado pelo trabalho do roteirista Charlie Kaufman.
Como consequência, temos Edward (Gael García Bernal), um cineasta promissor, que tem que lidar com a encomenda de um filme comercial, mas que, no fim das contas, quer mesmo é realizar uma obra autoral; Emma (Alison Pill), uma autora de quadrinhos nas horas vagas que quer seios maiores, mas a cirurgia não resulta como o esperado; e Michelle (Mariana Ximenes), uma modelo que quer ser reconhecida como mais do que “um rostinho bonito” e investe na escrita de seu primeiro romance.
Isto posto, a primeira pergunta que vêm à cabeça é? O que há de “original” na mistura dessas linguagens e, principalmente, na motivação desses personagens? Pior: numa atitude que beira a “reinvenção da roda”, Morelli enviesa a câmera, o que resulta em planos diagonais, claramente pretensiosos.
A gente disse Morelli? Na verdade, o crédito correto para a falsa ousadia do movimento de câmera é de Edward (o papel de García Bernal). Isso porque o cineasta-personagem está filmando um longa-metragem que tem como protagonista uma modelo-autora que está escrevendo um livro relatando as experiências de uma quadrinista que está desenhando uma graphic novel cujo herói é um diretor cinema frustrado que... Percebeu?
Para quem não se lembra, em Adaptação, de 2002 (sim, estamos falando do mesmo Charlie Kaufman), o gêmeo criativo interpretado por Nicolas Cage conduz um filme inventivo que, a caminho do fim, se torna enfadonho, exatamente quando o gêmeo “oco” (Nicolas Cage) assume o comando da história, no universo metalinguístico.
Da mesma forma (e a inspiração é assumida, vale lembrar), Zoom traz um delicioso inception das tramas de seus personagens, misturando linguagens que atendem à narrativa do filme e o resultado, se não é original, é bem conduzido, de visual apelativo (no bom sentido) e com um roteiro conciso, coerente e muito bem amarrado.
A “culpa” não é de Pedro Morelli. Ou é. Olhando mais de perto, esse é o grande barato do de Zoom.
O que Morelli (codiretor de Entre Nós, de 2013, ao lado pai, Paulo) traz agora, em parceria com o roteirista estreante Matt Hansen (com passagem pela editora Marvel canadense), é um filme que mistura animação em rotoscopia (processo em que se desenha a partir da imagem filmada do ator) com live-action de um multiplot de três histórias paralelas.
A parte técnica é semelhante ao processo que foi popularizado em Waking Life (2001); já o enredo é declaradamente inspirado pelo trabalho do roteirista Charlie Kaufman.
Como consequência, temos Edward (Gael García Bernal), um cineasta promissor, que tem que lidar com a encomenda de um filme comercial, mas que, no fim das contas, quer mesmo é realizar uma obra autoral; Emma (Alison Pill), uma autora de quadrinhos nas horas vagas que quer seios maiores, mas a cirurgia não resulta como o esperado; e Michelle (Mariana Ximenes), uma modelo que quer ser reconhecida como mais do que “um rostinho bonito” e investe na escrita de seu primeiro romance.
Isto posto, a primeira pergunta que vêm à cabeça é? O que há de “original” na mistura dessas linguagens e, principalmente, na motivação desses personagens? Pior: numa atitude que beira a “reinvenção da roda”, Morelli enviesa a câmera, o que resulta em planos diagonais, claramente pretensiosos.
A gente disse Morelli? Na verdade, o crédito correto para a falsa ousadia do movimento de câmera é de Edward (o papel de García Bernal). Isso porque o cineasta-personagem está filmando um longa-metragem que tem como protagonista uma modelo-autora que está escrevendo um livro relatando as experiências de uma quadrinista que está desenhando uma graphic novel cujo herói é um diretor cinema frustrado que... Percebeu?
Para quem não se lembra, em Adaptação, de 2002 (sim, estamos falando do mesmo Charlie Kaufman), o gêmeo criativo interpretado por Nicolas Cage conduz um filme inventivo que, a caminho do fim, se torna enfadonho, exatamente quando o gêmeo “oco” (Nicolas Cage) assume o comando da história, no universo metalinguístico.
Da mesma forma (e a inspiração é assumida, vale lembrar), Zoom traz um delicioso inception das tramas de seus personagens, misturando linguagens que atendem à narrativa do filme e o resultado, se não é original, é bem conduzido, de visual apelativo (no bom sentido) e com um roteiro conciso, coerente e muito bem amarrado.
A “culpa” não é de Pedro Morelli. Ou é. Olhando mais de perto, esse é o grande barato do de Zoom.
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