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SINOPSE :
O ballet de dois atos criado por Tchaikovsky (que por si só já era uma adaptação em 1982) e o romance O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos (1816) são as inspirações que dão vida a esta nova fantasia da Disney. Assumindo sua roupagem clássica, que valoriza toda a estética do ballet e do mundo mágico inserido dentro do contexto, O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos não hesita em detalhar toda a grandeza do universo pelo qual a jovem Clara (Mackenzie Foy) viaja na noite de Natal. A questão é se existe ou não uma aproximação para o sentido de tudo o que nos é apresentado.
A trama vai se desenrolando de forma descomplicada, uma vez que a mágica existente para além da casa do padrinho da jovem, Drosselmeyer (Morgan Freeman), possibilita o suporte a partir de sua apresentação. A presença de Mackenzie Foy como protagonista também faz parte desta base pois, além de ser carismática, entrega à personagem uma camada de coragem e esperteza muito bem-vindas para a realidade que precisa enfrentar. É divertido acompanhar suas dúvidas sendo respondidas e suas aventuras sendo vividas, e a atriz não só aproveita o destaque como faz isso com exuberância e presença.
O visual do filme dirigido por Lasse Hallström e Joe Johnston é impecável, com suas cores explicitando bem qual é o foco de cada um dos reinos (o das Flores, dos Doces, dos Flocos de Neve e o misterioso Quarto Reino). Contudo, os detalhes visuais não se sobressaem à falta de informação dada sobre todos eles - especialmente do Quarto Reino, onde vive a vilã Mãe Ginger (Helen Mirren). Ao carecer de dados essenciais que poderiam ser citados no roteiro para elucidar o público, o fato de adivinhar o que aconteceu e o que está prestes a acontecer torna a experiência um pouco confusa, enfraquecendo o significado daquele mundo e do que a mãe de Clara (que já faleceu e governou o local no passado) fez por ele. Um pouco de explicação não resultaria em clichês, e é justamente a falta dela que promove alguns twists superficiais.
Como protagonista, naturalmente Clara possui todas as rédeas da história tanto no mundo normal como também dentro dos Quatro Reinos. Como a filha do meio em sua família, ela poderia ser um pouco ofuscada dentre seus irmãos, mas é interessante notar que a jovem é o centro das atenções. Sua irmã mais velha e o irmão caçula são um tanto esquecidos pela história, fato que fica explícito (até demais) em alguns diálogos. O foco do longa para com Clara é compreensível especialmente pela ligação que tem com a mãe, mas a ausência de seus irmãos incomoda em diversos momentos - nem os moradores dos reinos sabem que Clara não é a única filha Stahlbaum. Ela é a princesa aguardada pois é quem mais se parece com a mãe, mas, mesmo assim, isso ainda não é plenamente justificável para tal furo na narrativa.
O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos traz uma história que subverte conhecidos vilões (como os ratos) e busca trazer interpretações diferentes de personagens que possuem aparências que direcionam para outra índole. Porém, a mesma contrariedade que o filme busca entoar rebate no roteiro, que possui problemas que poderiam ser resolvidos com o mínimo de questionamento vindo dos próprios personagens. É uma pena que as viradas na narrativa sejam tratadas de maneira rasa, pois não existem diálogos que deixem definidos certos acontecimentos. Assim como os soldadinhos de chumbo, alguns moradores dos reinos também parecem carecer de vida por dentro, pois restam muitos conflitos a serem resolvidos - especialmente com a personagem de Keira Knightley, a fada Sugar Plum.
Por mais que não aproveite as presenças de grandes estrelas como Helen Mirren e Morgan Freeman, o filme conta uma história natalina que atingirá o público em busca de magia. Os números de ballet são belíssimos e ganham destaque ao se intercalarem com a trama, o que proporciona uma pitada da essência da criação de Tchaikovsky. É divertido, mas ao mesmo tempo não se atenta em mergulhar a fundo na composição de todos aqueles ambientes. Observando os reinos de longe ou de perto, O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos encanta, mas o ato de desvendar o que há dentro dele torna-se uma tarefa complicada, pois não é possível encontrar a chave para isso.
A trama vai se desenrolando de forma descomplicada, uma vez que a mágica existente para além da casa do padrinho da jovem, Drosselmeyer (Morgan Freeman), possibilita o suporte a partir de sua apresentação. A presença de Mackenzie Foy como protagonista também faz parte desta base pois, além de ser carismática, entrega à personagem uma camada de coragem e esperteza muito bem-vindas para a realidade que precisa enfrentar. É divertido acompanhar suas dúvidas sendo respondidas e suas aventuras sendo vividas, e a atriz não só aproveita o destaque como faz isso com exuberância e presença.
O visual do filme dirigido por Lasse Hallström e Joe Johnston é impecável, com suas cores explicitando bem qual é o foco de cada um dos reinos (o das Flores, dos Doces, dos Flocos de Neve e o misterioso Quarto Reino). Contudo, os detalhes visuais não se sobressaem à falta de informação dada sobre todos eles - especialmente do Quarto Reino, onde vive a vilã Mãe Ginger (Helen Mirren). Ao carecer de dados essenciais que poderiam ser citados no roteiro para elucidar o público, o fato de adivinhar o que aconteceu e o que está prestes a acontecer torna a experiência um pouco confusa, enfraquecendo o significado daquele mundo e do que a mãe de Clara (que já faleceu e governou o local no passado) fez por ele. Um pouco de explicação não resultaria em clichês, e é justamente a falta dela que promove alguns twists superficiais.
Como protagonista, naturalmente Clara possui todas as rédeas da história tanto no mundo normal como também dentro dos Quatro Reinos. Como a filha do meio em sua família, ela poderia ser um pouco ofuscada dentre seus irmãos, mas é interessante notar que a jovem é o centro das atenções. Sua irmã mais velha e o irmão caçula são um tanto esquecidos pela história, fato que fica explícito (até demais) em alguns diálogos. O foco do longa para com Clara é compreensível especialmente pela ligação que tem com a mãe, mas a ausência de seus irmãos incomoda em diversos momentos - nem os moradores dos reinos sabem que Clara não é a única filha Stahlbaum. Ela é a princesa aguardada pois é quem mais se parece com a mãe, mas, mesmo assim, isso ainda não é plenamente justificável para tal furo na narrativa.
O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos traz uma história que subverte conhecidos vilões (como os ratos) e busca trazer interpretações diferentes de personagens que possuem aparências que direcionam para outra índole. Porém, a mesma contrariedade que o filme busca entoar rebate no roteiro, que possui problemas que poderiam ser resolvidos com o mínimo de questionamento vindo dos próprios personagens. É uma pena que as viradas na narrativa sejam tratadas de maneira rasa, pois não existem diálogos que deixem definidos certos acontecimentos. Assim como os soldadinhos de chumbo, alguns moradores dos reinos também parecem carecer de vida por dentro, pois restam muitos conflitos a serem resolvidos - especialmente com a personagem de Keira Knightley, a fada Sugar Plum.
Por mais que não aproveite as presenças de grandes estrelas como Helen Mirren e Morgan Freeman, o filme conta uma história natalina que atingirá o público em busca de magia. Os números de ballet são belíssimos e ganham destaque ao se intercalarem com a trama, o que proporciona uma pitada da essência da criação de Tchaikovsky. É divertido, mas ao mesmo tempo não se atenta em mergulhar a fundo na composição de todos aqueles ambientes. Observando os reinos de longe ou de perto, O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos encanta, mas o ato de desvendar o que há dentro dele torna-se uma tarefa complicada, pois não é possível encontrar a chave para isso.
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