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Jackie Dublado
SINOPSE :
Natalie Portman se parece com Jacqueline Kennedy? Quem não estava familiarizado com o jeito afetado de falar de Julia Child, quando a cozinheira estrela de TV foi interpretada por Meryl Streep em Julie & Julia (2009) – que resultou na "109ª" indicação ao Oscar para a atriz –, certamente estranhou o trabalho vocal da artista (impecável, aliás).
Pois aqueles que desconhecem o jeito peculiar de Jackie, como a mais icônica ex-primeira-dama dos Estados Unidos ficou conhecida pelo resto do mundo, podem, igualmente, se incomodar, aqui, com o gestual e a fala adotados pela atriz vencedora do Oscar por Cisne Negro. Mas a desconfiança passa.
Para o primeiro projeto de língua inglesa do chileno Pablo Larraín, o diretor de No escolheu uma história norte-americana por excelência – mas, claro, de repercussão mundial. Como era de se esperar, por se tratar do trabalho de um cineasta não-convencional, o filme foge do formato tradicional da cinebiografia “do nascimento ao túmulo” e foca em um recorte bem específico da vida da retratada: o período da recém viuvez de Jacqueline Kennedy, imediatamente após o assassinato do marido, o então presidente John F. Kennedy, em carro aberto, ao lado da esposa, em 1963.
Jackie - Foto
O inteligente roteiro de Noah Oppenheim, de A Série Divergente: Convergente (?) e Maze Runner - Correr ou Morrer (??) põe Jackie em duas situações de “confissão”. Ao mesmo tempo em que conhecemos o lado “primeira-dama”, por meio de uma entrevista concedida ao jornalista interpretado por Billy Crudup – papel equivalente ao repórter Theodore H. White, que a entrevistou para a revista "Life" uma semana depois do ocorrido (e ela o cesura a todo momento) –; temos acesso também ao lado “mulher”, através da conversa da viúva com um padre (John Hurt).
O texto aqui é de suma importância e Larraín mostra o domínio técnico necessário para que a imagem não fique atrás (afinal, é de cinema que estamos falando). Se um assunto começa num quadro, ele muda o cenário, troca o enquadramento, e os personagens não perdem o fio do raciocínio.
Há uma terceira linha narrativa paralela que dá conta de reconstruir as memórias trágicas e recentes de Jacqueline Kennedy. Como ela se comportou imediatamente após o tiro que atingiu o marido? Como limpou o sangue que coagulou embaixo da própria unha? Como comunicou a desgraça aos filhos? Variando entre o documental (majoritariamente) e o estético, Jackie é tão convincente no retrato da intimidade dos Kennedy, que coloca o público em uma posição de mórbido privilégio.
Se a imagem serve ao texto, o texto é escada para a interpretação da atriz – retrata, em grande parte, em grandes closes. E a pergunta que fica ao final é: Não é que a Jacqueline Kennedy lembra a Natalie Portman?
Pois aqueles que desconhecem o jeito peculiar de Jackie, como a mais icônica ex-primeira-dama dos Estados Unidos ficou conhecida pelo resto do mundo, podem, igualmente, se incomodar, aqui, com o gestual e a fala adotados pela atriz vencedora do Oscar por Cisne Negro. Mas a desconfiança passa.
Para o primeiro projeto de língua inglesa do chileno Pablo Larraín, o diretor de No escolheu uma história norte-americana por excelência – mas, claro, de repercussão mundial. Como era de se esperar, por se tratar do trabalho de um cineasta não-convencional, o filme foge do formato tradicional da cinebiografia “do nascimento ao túmulo” e foca em um recorte bem específico da vida da retratada: o período da recém viuvez de Jacqueline Kennedy, imediatamente após o assassinato do marido, o então presidente John F. Kennedy, em carro aberto, ao lado da esposa, em 1963.
Jackie - Foto
O inteligente roteiro de Noah Oppenheim, de A Série Divergente: Convergente (?) e Maze Runner - Correr ou Morrer (??) põe Jackie em duas situações de “confissão”. Ao mesmo tempo em que conhecemos o lado “primeira-dama”, por meio de uma entrevista concedida ao jornalista interpretado por Billy Crudup – papel equivalente ao repórter Theodore H. White, que a entrevistou para a revista "Life" uma semana depois do ocorrido (e ela o cesura a todo momento) –; temos acesso também ao lado “mulher”, através da conversa da viúva com um padre (John Hurt).
O texto aqui é de suma importância e Larraín mostra o domínio técnico necessário para que a imagem não fique atrás (afinal, é de cinema que estamos falando). Se um assunto começa num quadro, ele muda o cenário, troca o enquadramento, e os personagens não perdem o fio do raciocínio.
Há uma terceira linha narrativa paralela que dá conta de reconstruir as memórias trágicas e recentes de Jacqueline Kennedy. Como ela se comportou imediatamente após o tiro que atingiu o marido? Como limpou o sangue que coagulou embaixo da própria unha? Como comunicou a desgraça aos filhos? Variando entre o documental (majoritariamente) e o estético, Jackie é tão convincente no retrato da intimidade dos Kennedy, que coloca o público em uma posição de mórbido privilégio.
Se a imagem serve ao texto, o texto é escada para a interpretação da atriz – retrata, em grande parte, em grandes closes. E a pergunta que fica ao final é: Não é que a Jacqueline Kennedy lembra a Natalie Portman?
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