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O diretor Tarsem Singh é conhecido pelo visual elaborado e, por que não dizer, exótico de seus filmes, que o digam A Cela e Imortais. Diante desta característica, os contos de fadas oferecem um universo onde é possível criar bastante, mesmo tendo por base uma história mundialmente conhecida como Branca de Neve e os Sete Anões. É o que acontece em Espelho, Espelho Meu, adaptação do clássico conto escrito pelos irmãos Grimm onde a comédia ganha força sem deixar de lado a assinatura do diretor.
A história, desta vez, divide em pesos quase iguais a personagem-título e a rainha malvada. Não é à toa, afinal de contas quem interpreta a vilã é a estrela Julia Roberts, que compõe uma personagem altamente sarcástica. São seus breves comentários e atitudes egocêntricas que sustentam boa parte do filme, provocando risadas pelo tom de deboche explorado pela atriz. Por outro lado, Lily Collins dá vida a uma Branca de Neve sem brilho. Por mais que a atriz encaixe no perfil da jovem ingênua e de ar angelical, sua falta de carisma é determinante para que a personagem, em momento algum, cative o espectador. O maior reflexo disto é a brusca queda que o filme sofre quando Branca de Neve ascende na história, deixando a rainha malvada em segundo plano.
Em meio a esta gangorra entre as protagonistas, o dedo do diretor aparece especialmente nas soluções visuais adotadas que ajudam a contar a história. Por exemplo, boa parte do enxoval da rainha ganhou tons dourados, de forma a enaltecer o brilho de sua dona, justificado por uma breve fala de que esta é sua cor favorita. Os anões, travestidos de ladrões nesta versão, assaltam suas vítimas usando pernas de pau, provocando um efeito interessante nas cenas de luta. Entretanto, nada é mais exótico do que o baile a fantasia no castelo da rainha. Por mais que o uso das roupas seja uma referência à opulência da elite em contraposição à miséria do povo, o exagero de Tarsem Singh faz com que a festa se transforme numa espécie de desfile de Carnaval. Surpreende pelo inusitado, mas também beira o ridículo.
Se Tarsem Singh mais uma vez consegue atrair pelo visual empregado, o diretor novamente peca na condução da história. O conto clássico é alterado de forma gratuita, com o objetivo único de fazer algo diferente sem que haja sustentação para tanto. Desta forma os anões ganham novos nomes e aparecem como ladrões, o príncipe de Armie Hammer (bem em cena) tem mais presença na história e certas situações são invertidas entre os personagens. Tudo em meio a algumas boas falas, que exploram bem a quebra da expectativa existente, mas em um ambiente demasiadamente infantilizado.
Espelho, Espelho Meu é um típico filme de Tarsem Singh, com um apuro visual que salta aos olhos sem uma história que consiga acompanhá-lo com a mesma qualidade. Até diverte em alguns momentos, especialmente na primeira metade, mas incomoda pela sensação de gratuidade nas mudanças feitas na história clássica e pelo pouco apelo de Lily Collins. Apenas na cena final ela diz a que veio, em uma clara alusão aos musicais de Bollywood. É a graça de sua personagem nesta sequência que falta no restante do filme. Mediano apenas.
A história, desta vez, divide em pesos quase iguais a personagem-título e a rainha malvada. Não é à toa, afinal de contas quem interpreta a vilã é a estrela Julia Roberts, que compõe uma personagem altamente sarcástica. São seus breves comentários e atitudes egocêntricas que sustentam boa parte do filme, provocando risadas pelo tom de deboche explorado pela atriz. Por outro lado, Lily Collins dá vida a uma Branca de Neve sem brilho. Por mais que a atriz encaixe no perfil da jovem ingênua e de ar angelical, sua falta de carisma é determinante para que a personagem, em momento algum, cative o espectador. O maior reflexo disto é a brusca queda que o filme sofre quando Branca de Neve ascende na história, deixando a rainha malvada em segundo plano.
Em meio a esta gangorra entre as protagonistas, o dedo do diretor aparece especialmente nas soluções visuais adotadas que ajudam a contar a história. Por exemplo, boa parte do enxoval da rainha ganhou tons dourados, de forma a enaltecer o brilho de sua dona, justificado por uma breve fala de que esta é sua cor favorita. Os anões, travestidos de ladrões nesta versão, assaltam suas vítimas usando pernas de pau, provocando um efeito interessante nas cenas de luta. Entretanto, nada é mais exótico do que o baile a fantasia no castelo da rainha. Por mais que o uso das roupas seja uma referência à opulência da elite em contraposição à miséria do povo, o exagero de Tarsem Singh faz com que a festa se transforme numa espécie de desfile de Carnaval. Surpreende pelo inusitado, mas também beira o ridículo.
Se Tarsem Singh mais uma vez consegue atrair pelo visual empregado, o diretor novamente peca na condução da história. O conto clássico é alterado de forma gratuita, com o objetivo único de fazer algo diferente sem que haja sustentação para tanto. Desta forma os anões ganham novos nomes e aparecem como ladrões, o príncipe de Armie Hammer (bem em cena) tem mais presença na história e certas situações são invertidas entre os personagens. Tudo em meio a algumas boas falas, que exploram bem a quebra da expectativa existente, mas em um ambiente demasiadamente infantilizado.
Espelho, Espelho Meu é um típico filme de Tarsem Singh, com um apuro visual que salta aos olhos sem uma história que consiga acompanhá-lo com a mesma qualidade. Até diverte em alguns momentos, especialmente na primeira metade, mas incomoda pela sensação de gratuidade nas mudanças feitas na história clássica e pelo pouco apelo de Lily Collins. Apenas na cena final ela diz a que veio, em uma clara alusão aos musicais de Bollywood. É a graça de sua personagem nesta sequência que falta no restante do filme. Mediano apenas.
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