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Bohemian Rhapsody Dublado
SINOPSE :
Falar sobre Freddie Mercury e não pensar em sua voz ímpar e poderosa é algo bem difícil de ser evitado caso você já tenha escutado qualquer canção do Queen. Das primeiras notas de Love of my Life até o poderoso refrão de Who Wants to Live Forever, há muito significado nas letras que o artista entoou durante seus 20 anos de banda. Agora, enfim temos a chance de nos aproximar desta figura inesquecível que foi Mercury, seja através de suas músicas ou pela trajetória que levou uma das maiores bandas do mundo a conhecer o estrelato - e algumas adversidades.
Os problemas relacionados à direção de Bohemian Rhapsody (com Bryan Singer sendo demitido e substituído por Dexter Fletcher) não parecem ter prejudicado o resultado final do longa, que por sua vez possui como consultores criativos Brian May e Roger Taylor, integrantes do Queen. A presença dos artistas na produção já deixa clara a intenção de homenagear Mercury por todas suas realizações no mundo da música, ao mesmo tempo em que busca contar os highlights do que aconteceu por trás dos palcos e entre os hiatos de gravações.
Aliado às inúmeras músicas destacadas para traçar uma linha temporal clara, temos uma das grandes atuações de 2018, daquelas que torna possível o esquecimento de quem está por baixo dos trejeitos. Mas entre o bigode, o óculos e a presença irreverente está Rami Malek (Mr. Robot), em perfeita sintonia com Freddie. Sua homossexualidade, seus relacionamentos e problemas relacionados à solidão são alguns pontos abordados pelo roteiro, mas parecem apenas passar sucintamente por estas questões que tanto o marcaram. O grande foco aqui é mostrar Freddie nas horas em que não solta a voz e no modo como se porta perante o crescimento do Queen; e o destaque de tal foco se dá através de sua longa relação com Mary, interpretada por Lucy Boynton. Estas aproximações funcionam para compor a biografia de um modo mais aberto, mas impossibilitam um maior aprofundamento íntimo do protagonista.
O que o filme faz (e muito bem) é aproveitar seu lado musical. Além de bem dirigidas, as cenas que exibem o making of de canções como a do título e We Will Rock You são fascinantes, dando a sensação de que presenciamos, décadas depois, o surgimento de pérolas do rock. Fora a divertida integração do grupo para compor as inovações contidas nos quase seis minutos de Bohemian Rhapsody, Rami Malek entrega uma carga verdadeira e sobretudo catártica nos momentos em que vemos suas composições vocais ou no piano nascerem. Ver aquele olhar distante e ao mesmo tempo surpreso consigo mesmo é de uma sensibilidade enorme, deixando ainda mais clara sua aproximação para com a figura de Freddie. Ao dublar as músicas (por razões óbvias), fica evidente que o ator transferiu todo o empenho vocal para o trabalho físico, tornando magnética sua presença em cada quadro.
Com ótimos figurinos, uma fotografia que capta bem a essência dos anos 70/80 e elenco em harmonia, Bohemian Rhapsody concede um resultado curioso, mas também ambíguo: Freddie Mercury não era conhecido por ser uma pessoa comum, mas o filme possui uma estrutura que segue padrões de biografias - especialmente as musicais. A linha do tempo tem alguns deslizes mas equilibra bem o drama com os momentos de glória. Porém, com os anos passando voando e o auge sendo reconhecido em montagens aceleradas, fica a sensação de que faltou vermos mais da dinâmica do Queen como conjunto e não só nos momentos de composição. Isso se repete na vida de Freddie, que exibe as dificuldades enfrentadas até seu diagnóstico de AIDS, mas ainda possui concepção mais ilusória, tornando tudo um pouco mais leve do que deveria ser (e do que deve ter sido).
Como biografia de um artista e performer completo e irreverente, o filme acerta no tom, mesmo não aprofundando todo seu conteúdo. Como uma carta de amor dos integrantes do Queen ao vocalista (e aos fãs), ele também é um prato cheio. Por fim, Bohemian Rhapsody é uma revisita a tempos bons e ruins de uma vida que marcou tantas outras, e cuja importância pode ser resumida nos arrepios que aparecem a cada nota alcançada e a cada riff de guitarra que a acompanha. Freddie Mercury vive, agora em um grande espetáculo cinematográfico.
Os problemas relacionados à direção de Bohemian Rhapsody (com Bryan Singer sendo demitido e substituído por Dexter Fletcher) não parecem ter prejudicado o resultado final do longa, que por sua vez possui como consultores criativos Brian May e Roger Taylor, integrantes do Queen. A presença dos artistas na produção já deixa clara a intenção de homenagear Mercury por todas suas realizações no mundo da música, ao mesmo tempo em que busca contar os highlights do que aconteceu por trás dos palcos e entre os hiatos de gravações.
Aliado às inúmeras músicas destacadas para traçar uma linha temporal clara, temos uma das grandes atuações de 2018, daquelas que torna possível o esquecimento de quem está por baixo dos trejeitos. Mas entre o bigode, o óculos e a presença irreverente está Rami Malek (Mr. Robot), em perfeita sintonia com Freddie. Sua homossexualidade, seus relacionamentos e problemas relacionados à solidão são alguns pontos abordados pelo roteiro, mas parecem apenas passar sucintamente por estas questões que tanto o marcaram. O grande foco aqui é mostrar Freddie nas horas em que não solta a voz e no modo como se porta perante o crescimento do Queen; e o destaque de tal foco se dá através de sua longa relação com Mary, interpretada por Lucy Boynton. Estas aproximações funcionam para compor a biografia de um modo mais aberto, mas impossibilitam um maior aprofundamento íntimo do protagonista.
O que o filme faz (e muito bem) é aproveitar seu lado musical. Além de bem dirigidas, as cenas que exibem o making of de canções como a do título e We Will Rock You são fascinantes, dando a sensação de que presenciamos, décadas depois, o surgimento de pérolas do rock. Fora a divertida integração do grupo para compor as inovações contidas nos quase seis minutos de Bohemian Rhapsody, Rami Malek entrega uma carga verdadeira e sobretudo catártica nos momentos em que vemos suas composições vocais ou no piano nascerem. Ver aquele olhar distante e ao mesmo tempo surpreso consigo mesmo é de uma sensibilidade enorme, deixando ainda mais clara sua aproximação para com a figura de Freddie. Ao dublar as músicas (por razões óbvias), fica evidente que o ator transferiu todo o empenho vocal para o trabalho físico, tornando magnética sua presença em cada quadro.
Com ótimos figurinos, uma fotografia que capta bem a essência dos anos 70/80 e elenco em harmonia, Bohemian Rhapsody concede um resultado curioso, mas também ambíguo: Freddie Mercury não era conhecido por ser uma pessoa comum, mas o filme possui uma estrutura que segue padrões de biografias - especialmente as musicais. A linha do tempo tem alguns deslizes mas equilibra bem o drama com os momentos de glória. Porém, com os anos passando voando e o auge sendo reconhecido em montagens aceleradas, fica a sensação de que faltou vermos mais da dinâmica do Queen como conjunto e não só nos momentos de composição. Isso se repete na vida de Freddie, que exibe as dificuldades enfrentadas até seu diagnóstico de AIDS, mas ainda possui concepção mais ilusória, tornando tudo um pouco mais leve do que deveria ser (e do que deve ter sido).
Como biografia de um artista e performer completo e irreverente, o filme acerta no tom, mesmo não aprofundando todo seu conteúdo. Como uma carta de amor dos integrantes do Queen ao vocalista (e aos fãs), ele também é um prato cheio. Por fim, Bohemian Rhapsody é uma revisita a tempos bons e ruins de uma vida que marcou tantas outras, e cuja importância pode ser resumida nos arrepios que aparecem a cada nota alcançada e a cada riff de guitarra que a acompanha. Freddie Mercury vive, agora em um grande espetáculo cinematográfico.
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