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Assistir Vingança (2018) Online
Revenge Dublado
Ano de produção: 2018
Gênero: Suspense / Novos Filmes
Duração: 1h 47min
Direção: Coralie Fargeat
Áudio: Português
SINOPSE :
Faz estreia barulhenta em longa-metragem a diretora e roteirista francesa Coralie Fargeat. Bebendo das mais diversas fontes e criando um estilo de alto impacto baseado em aglutinação frenética e manipulação de clichês, ela faz de Vingança um dos exemplares mais palatáveis (e fiéis) do controverso Novo Extremismo Francês - “corrente” caracterizada por obras que exploram, usualmente de forma chocante, corpo e violência para tratar de dor e males sociais, a grosso modo.
A trama é tão simples quanto o título de uma palavra só, que se encaixa perfeitamente como sinopse reduzidíssima. Jen (Matilda Lutz) é a sonhadora amante com ares de Lolita de Richard (Kevin Janssens), com quem vai passar um fim de semana no deserto. Os amigos de caçada dele surgem na casa, imediatamente ficam atraídos pela moça e acontecimentos terríveis a levam à posição de alvo dos três predadores. São três homens armados contra uma mulher com a barriga dilacerada num jogo de gata e ratos dia e noite no meio do nada, uma missão de sobrevivência que tem o humor gore da diretora como marcante tempero.
Desde o primeiro plano (óculos espelhado!) fazendo questão de deixar claro o tom distante do realismo e expor os ridículos, a tarantinesca Coralie insiste em closes extremos e os efeitos de pós-produção e montagem por vezes vão longe demais na ânsia de modernização do subgênero setentista rape and revenge (estupro e vingança). O jogo constante com o male gaze, os comentários acerca do consumismo e o retrato cru das fragilidades humanas, no entanto, contam pontos a favor.
A cartilha é o exagero e sendo assim as cores são marcadíssimas (principalmente o rosa do brinco de Jen e o amarelo), o sangue se espalha por todos os cantos, a onda de peyote bate realmente forte, os surtos desesperados são intensos e o clima de tensão se arrasta para além do necessário. A edição, certas sequências e especialmente a trilha sonora trabalham pela produção de adrenalina, mas o roteiro não acompanha o ritmo, permanecendo no suspense de observação e perseguição calculada quando os corpos e mentes dos espectadores estão mais do que prontos para ação, ação, ação. Sedentos inclusive, pois se há uma coisa que o over demanda é sempre mais.
Existem cenas simbolicamente poderosas com potencial icônico, desde a abertura e as caras de tarados até o proprietário imbatível “vestido” apenas por sua arma na beira da piscina, passando pela santa em pop art observadora de interminável e escorregadia corrida maluca. A atenção da cineasta, no entanto, não foi de forma desequilibrada dedicada à ambiciosa “estileira” visual do filme. Os quatro personagens têm características explicitadas no ponto e são muito bem interpretados pelos atores.
Inebriados pelos atos da protagonista, muitos rapidamente colocaram em Vingança o carimbo de “hino feminista”, demonstrando bastante ignorância sobre o significado do movimento. A luta do feminismo é pelos direitos iguais entre os gêneros, empoderamento feminino e superação do patriarcado, conceitos que até se fazem presentes de certa forma, mas discretíssimos à sombra da motivação que energiza Jen: viver. Pode até ser considerada uma realização feminista tendo em vista a preocupação de Coralie em fortalecer sua protagonista, zombar de ambos os sexos e explorar o corpo nu masculino tanto quanto o feminino, entre outros detalhes, mas categorizar a personagem de Lutz como heroína do movimento apenas pelo empenho no embate homem vs. mulher é coisa de quem ainda acha que misandria é palavra de ordem entre as militantes.
A trama é tão simples quanto o título de uma palavra só, que se encaixa perfeitamente como sinopse reduzidíssima. Jen (Matilda Lutz) é a sonhadora amante com ares de Lolita de Richard (Kevin Janssens), com quem vai passar um fim de semana no deserto. Os amigos de caçada dele surgem na casa, imediatamente ficam atraídos pela moça e acontecimentos terríveis a levam à posição de alvo dos três predadores. São três homens armados contra uma mulher com a barriga dilacerada num jogo de gata e ratos dia e noite no meio do nada, uma missão de sobrevivência que tem o humor gore da diretora como marcante tempero.
Desde o primeiro plano (óculos espelhado!) fazendo questão de deixar claro o tom distante do realismo e expor os ridículos, a tarantinesca Coralie insiste em closes extremos e os efeitos de pós-produção e montagem por vezes vão longe demais na ânsia de modernização do subgênero setentista rape and revenge (estupro e vingança). O jogo constante com o male gaze, os comentários acerca do consumismo e o retrato cru das fragilidades humanas, no entanto, contam pontos a favor.
A cartilha é o exagero e sendo assim as cores são marcadíssimas (principalmente o rosa do brinco de Jen e o amarelo), o sangue se espalha por todos os cantos, a onda de peyote bate realmente forte, os surtos desesperados são intensos e o clima de tensão se arrasta para além do necessário. A edição, certas sequências e especialmente a trilha sonora trabalham pela produção de adrenalina, mas o roteiro não acompanha o ritmo, permanecendo no suspense de observação e perseguição calculada quando os corpos e mentes dos espectadores estão mais do que prontos para ação, ação, ação. Sedentos inclusive, pois se há uma coisa que o over demanda é sempre mais.
Existem cenas simbolicamente poderosas com potencial icônico, desde a abertura e as caras de tarados até o proprietário imbatível “vestido” apenas por sua arma na beira da piscina, passando pela santa em pop art observadora de interminável e escorregadia corrida maluca. A atenção da cineasta, no entanto, não foi de forma desequilibrada dedicada à ambiciosa “estileira” visual do filme. Os quatro personagens têm características explicitadas no ponto e são muito bem interpretados pelos atores.
Inebriados pelos atos da protagonista, muitos rapidamente colocaram em Vingança o carimbo de “hino feminista”, demonstrando bastante ignorância sobre o significado do movimento. A luta do feminismo é pelos direitos iguais entre os gêneros, empoderamento feminino e superação do patriarcado, conceitos que até se fazem presentes de certa forma, mas discretíssimos à sombra da motivação que energiza Jen: viver. Pode até ser considerada uma realização feminista tendo em vista a preocupação de Coralie em fortalecer sua protagonista, zombar de ambos os sexos e explorar o corpo nu masculino tanto quanto o feminino, entre outros detalhes, mas categorizar a personagem de Lutz como heroína do movimento apenas pelo empenho no embate homem vs. mulher é coisa de quem ainda acha que misandria é palavra de ordem entre as militantes.
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