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O filipino Lav Diaz ficou famoso por algo que os franceses costumam chamar de “filme-rio” (film fleuve), ou seja, histórias longuíssimas, de várias horas de duração, na qual as ações se desenvolvem sem abalar o ritmo, sempre perfeitamente lineares. Agora, ele acrescenta ao seu novo filme-rio um elemento importante: o musical. Season of the Devil é um projeto de quatro horas de duração, inteiramente cantado em composições a cappella sobre os abusos de poder do governo militar em seu país.
O resultado constitui uma curiosidade em si própria. No festival de Berlim, onde estreou, este era o filme mais procurado e mais temido pela imprensa – ao mesmo tempo, todos queriam descobrir a mistura improvável, mas ninguém queria dedicar tanto tempo e atenção a algo que poderia ser tão ruim. Na sala de cinema, muitas dezenas de críticos se levantaram e saíram, outros reclamaram da falta de respeito, alguns riram. Para o bem ou para o mal, este é um cinema do desconforto, da perturbação. Uma obra conceitual, na qual o tempo é o tema e o desafio.
O efeito desta construção é menos uma narrativa do que uma experiência, no sentido amplo do termo – algo próximo do que ocorre na videoarte e nos happenings. Diaz possui uma tênue linha narrativa em torno de dois personagens principais: o poeta Hugo Haniway (Piolo Pascual), que busca a sua amada, sequestrada pelos militares, e Kwago (Pinky Amador), mulher ridicularizada no vilarejo por perambular desolada após ter o marido e a filha assassinados. No entanto, esta história de quatro horas poderia durar duas horas, ou seis horas: as cenas se articulam de maneira livre, alegórica, conectando-se por um sentimento de injustiça ao invés de uma relação estrita de causa de consequência.
As músicas produzem um efeito singular. Interessado em construções realistas, Diaz evita qualquer instrumentação e faz com que todos os diálogos sejam musicados. Ele obtém deste modo uma uniformidade – as cenas são captadas através de pouquíssimos planos abertos, em objetiva grande-angular, com a câmera posicionada em cantos dos cômodos. Os personagens cantam do começo ao fim da cena, mas nunca dançam, nem transitam ao aspecto fantástico normalmente associado a musicais espetaculares. A musicalidade é usada como lamento desesperado. Por isso, não importa se é bem cantada – mesmo que algumas vozes sejam particularmente comoventes.
Em termos de comunicação, Season of the Devil pode ser acusado de um problema essencial: a falta de adequação da linguagem ao conteúdo. A denúncia dos crimes é maniqueísta ao limite da infantilidade - todos os militares constituem figuras maldosas e sádicas, sem exceção. No entanto, o público médio suscetível de comprar este discurso simplificado dificilmente embarcará num musical de quatro horas de duração. Para o público de arte acostumado aos projetos de Diaz, o ponto de vista revela-se simplório. Quem, afinal, constitui o espectador do filme? O cineasta propõe uma obra pertinente dentro de sua filmografia – mantendo os traços autorais, introduzindo leves mudanças que impeçam a repetição –, porém politicamente inerte
O resultado constitui uma curiosidade em si própria. No festival de Berlim, onde estreou, este era o filme mais procurado e mais temido pela imprensa – ao mesmo tempo, todos queriam descobrir a mistura improvável, mas ninguém queria dedicar tanto tempo e atenção a algo que poderia ser tão ruim. Na sala de cinema, muitas dezenas de críticos se levantaram e saíram, outros reclamaram da falta de respeito, alguns riram. Para o bem ou para o mal, este é um cinema do desconforto, da perturbação. Uma obra conceitual, na qual o tempo é o tema e o desafio.
O efeito desta construção é menos uma narrativa do que uma experiência, no sentido amplo do termo – algo próximo do que ocorre na videoarte e nos happenings. Diaz possui uma tênue linha narrativa em torno de dois personagens principais: o poeta Hugo Haniway (Piolo Pascual), que busca a sua amada, sequestrada pelos militares, e Kwago (Pinky Amador), mulher ridicularizada no vilarejo por perambular desolada após ter o marido e a filha assassinados. No entanto, esta história de quatro horas poderia durar duas horas, ou seis horas: as cenas se articulam de maneira livre, alegórica, conectando-se por um sentimento de injustiça ao invés de uma relação estrita de causa de consequência.
As músicas produzem um efeito singular. Interessado em construções realistas, Diaz evita qualquer instrumentação e faz com que todos os diálogos sejam musicados. Ele obtém deste modo uma uniformidade – as cenas são captadas através de pouquíssimos planos abertos, em objetiva grande-angular, com a câmera posicionada em cantos dos cômodos. Os personagens cantam do começo ao fim da cena, mas nunca dançam, nem transitam ao aspecto fantástico normalmente associado a musicais espetaculares. A musicalidade é usada como lamento desesperado. Por isso, não importa se é bem cantada – mesmo que algumas vozes sejam particularmente comoventes.
Em termos de comunicação, Season of the Devil pode ser acusado de um problema essencial: a falta de adequação da linguagem ao conteúdo. A denúncia dos crimes é maniqueísta ao limite da infantilidade - todos os militares constituem figuras maldosas e sádicas, sem exceção. No entanto, o público médio suscetível de comprar este discurso simplificado dificilmente embarcará num musical de quatro horas de duração. Para o público de arte acostumado aos projetos de Diaz, o ponto de vista revela-se simplório. Quem, afinal, constitui o espectador do filme? O cineasta propõe uma obra pertinente dentro de sua filmografia – mantendo os traços autorais, introduzindo leves mudanças que impeçam a repetição –, porém politicamente inerte
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