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Assistir Exodus - De Onde Eu Vim Não Existe Mais (2016) Online
Exodus - De Onde Eu Vim Não Existe Mais Dublado
Ano de produção: 2016
Gênero: Documentário
Duração: 1h30min
Direção: Hank Levine
Elenco: Jule Böwe, Wagner Moura
Áudio: Português
SINOPSE :
Exodus é um documentário de grandes proporções, como raramente se vê no cinema brasileiro. O projeto ostenta uma produção impressionante: começamos com imagens aéreas de regiões desérticas ao sul do Marrocos, para depois viajar à Alemanha, ao Sudão do Sul e muitas outras partes da África na intenção de captar grupos étnicos distintos que sofrem perseguição e sonham com uma vida melhor. O diretor Hank Levine registra a garota Síria morando no Brasil, o militante de Togo que ficou nove anos preso em campos de refugiado, a família da Birmânia que sonha em retornar à sua casa...
Exodus - De Onde Eu Vim Não Existe Mais - FotoExiste uma preocupação evidente com a representatividade. O projeto filma homens e mulheres, jovens e idosos, das mais distintas religiões e etnias, para traçar um mosaico global da exclusão. Os entrevistados fornecem informações sobre as falhas no sistema de asilo internacional, as dificuldades de inserção cultural, o descaso dos governos locais etc. Ao mesmo tempo, imaginam soluções distintas: a mulher do Sudão consegue a cidadania através do casamento com um alemão, a senhora idosa do Saara se recusa a sair de perto de suas terras, o garoto palestino deseja chegar à Europa com a ajuda de contrabandistas. Como ferramenta de constatação e descrição de um problema, este projeto funciona muito bem.
A limitação aparece na hora de refletir sobre o exílio. O diretor opta pela inclusão de legendas em tela, explicando os conflitos locais de modo extremamente sucinto. A guerra civil na Síria, por exemplo, é descrita como um “conflito sangrento” que forçou pessoas a saírem do país. Não se entende o que motivou os confrontos ou quem são as instâncias do poder responsáveis por ela. Não se fala em Bashar al-Assad, Primavera Árabe, Baath, jihadistas etc. O filme não tinha a obrigação de dar uma aula de geopolítica, mas nenhuma guerra ou perseguição étnica pode ser compreendida sem um estudo atento às origens do problema.
Exodus - De Onde Eu Vim Não Existe Mais - FotoTalvez por isso Exodus dispense os materiais de arquivo: seu viés é humanista, e não histórico. Ao invés de incluir imagens de chefes de estado, de guerras ou depoimentos de especialistas, Hank Levine prefere incluir um poema, lido por Wagner Moura em voz off. O texto relembra as dores de refugiados, mas em conjunção com as imagens realistas, funciona como puro instrumento de retórica, fazendo perguntas óbvias e reiterando problemas descritos com maior eficiência pelas imagens.
Em termos políticos, o documentário tem pouco a dizer para além do humanismo evidente: guerras são nocivas, nenhum indivíduo deveria ser perseguido por sua etnia ou sua crença, todos deveriam ter o direito de ir e vir, os governos deveriam se sensibilizar mais ao caso dos refugiados. Ignora-se o debate sobre propostas efetivas de mudança: seria melhor o ativismo agressivo da sudanesa do sul, ou o enfrentamento da legalidade das regras, no molde do garoto palestino? Ou ainda a resistência da mulher do Saara? Existem partidos propondo alternativas interessantes, ou ONGs com propostas eficazes? Não se sabe. Mesmo assim, o projeto constitui uma boa reportagem de sensibilização ao tema. Uma espécie de olhar introdutório para se buscar, em outros materiais, mais informações sobre a questão dos refugiados.
Exodus - De Onde Eu Vim Não Existe Mais - FotoExiste uma preocupação evidente com a representatividade. O projeto filma homens e mulheres, jovens e idosos, das mais distintas religiões e etnias, para traçar um mosaico global da exclusão. Os entrevistados fornecem informações sobre as falhas no sistema de asilo internacional, as dificuldades de inserção cultural, o descaso dos governos locais etc. Ao mesmo tempo, imaginam soluções distintas: a mulher do Sudão consegue a cidadania através do casamento com um alemão, a senhora idosa do Saara se recusa a sair de perto de suas terras, o garoto palestino deseja chegar à Europa com a ajuda de contrabandistas. Como ferramenta de constatação e descrição de um problema, este projeto funciona muito bem.
A limitação aparece na hora de refletir sobre o exílio. O diretor opta pela inclusão de legendas em tela, explicando os conflitos locais de modo extremamente sucinto. A guerra civil na Síria, por exemplo, é descrita como um “conflito sangrento” que forçou pessoas a saírem do país. Não se entende o que motivou os confrontos ou quem são as instâncias do poder responsáveis por ela. Não se fala em Bashar al-Assad, Primavera Árabe, Baath, jihadistas etc. O filme não tinha a obrigação de dar uma aula de geopolítica, mas nenhuma guerra ou perseguição étnica pode ser compreendida sem um estudo atento às origens do problema.
Exodus - De Onde Eu Vim Não Existe Mais - FotoTalvez por isso Exodus dispense os materiais de arquivo: seu viés é humanista, e não histórico. Ao invés de incluir imagens de chefes de estado, de guerras ou depoimentos de especialistas, Hank Levine prefere incluir um poema, lido por Wagner Moura em voz off. O texto relembra as dores de refugiados, mas em conjunção com as imagens realistas, funciona como puro instrumento de retórica, fazendo perguntas óbvias e reiterando problemas descritos com maior eficiência pelas imagens.
Em termos políticos, o documentário tem pouco a dizer para além do humanismo evidente: guerras são nocivas, nenhum indivíduo deveria ser perseguido por sua etnia ou sua crença, todos deveriam ter o direito de ir e vir, os governos deveriam se sensibilizar mais ao caso dos refugiados. Ignora-se o debate sobre propostas efetivas de mudança: seria melhor o ativismo agressivo da sudanesa do sul, ou o enfrentamento da legalidade das regras, no molde do garoto palestino? Ou ainda a resistência da mulher do Saara? Existem partidos propondo alternativas interessantes, ou ONGs com propostas eficazes? Não se sabe. Mesmo assim, o projeto constitui uma boa reportagem de sensibilização ao tema. Uma espécie de olhar introdutório para se buscar, em outros materiais, mais informações sobre a questão dos refugiados.
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