Melhores Filmes do Mês:

Filmes populares:

Assistir Paulistas (2017) Online
Paulistas Dublado
Ano de produção: 2017
Nacionalidade: Brasil
Gênero: Documentário
Duração: 1h26min
Direção: Daniel Nolasco
Elenco: atores desconhecidos
Áudio: Português
SINOPSE :
Soledade e a cidade que intitula o filme Paulistas são localidades no sul de Goiás que sofrem historicamente com danos ambientais gravíssimos: seja pela monocultura que agride o solo, a flora e a fauna da região; seja pela construção da hidrelétrica da Serra do Facão, que degradou o habitat biologicamente rico e a vida dos habitantes da região. A consequência social disso foi o êxodo rural da população jovem das duas comunidades, assim condenadas ao desaparecimento humano na visão pessimista do cineasta Daniel Nolasco.
O diretor e roteirista ilustra esse aspecto com inteligência visual. Filiando Paulistas ao documentário observacional, Nolasco investe em planos estáticos e espaços interiores, fechados, ao encenar a vida dos habitantes remanescentes, retratados praticando serviços braçais, domésticos ou a assistência médica dos vizinhos. Os diálogos entre eles são banais e sua expressão é invariavelmente desgastada, além de envelhecida. Gente deteriorada como o habitat biológico da região, mas também seus espaços físicos, formado por casas de estrutura rachada, sem piso, precárias.
Nesse sentido, Daniel Nolasco remonta a um cinema regional (de apreensão do cotidiano do interior e imersão do espectador no cenário contemplado) que vinha sendo constante no circuito de arte brasileiro recente, tendo produzido pérolas de ficção naturalistas como Girimunho e Histórias Que Só Existem Quando Lembradas, ambos de 2011. O que afasta Paulistas desses dois pequenos grandes filmes, porém, é a abordagem do realizador. A pessoalidade do projeto é vertida em um ponto de conflito tênue: a proposta de não mais que retratar o abismo cultural entre a gente de outro tempo que permaneceu no local (também parado no tempo) e seus filhos, que conheceram a modernidade ao partir para Catalão e outras áreas urbanas do país.
Os ruídos típicos da vida rural, muito bem realçados pelo design de som da obra, são violentados pelas máquinas das motocicletas e pela trilha sonora roqueira que entoa essas viagens. A câmera adota um ritmo mais dinâmico, móvel, e as tomadas ganham amplitude, aspectos que denotam a vida de mais energia e horizontes de quem volta das cidades para as férias no campo. Assim, Nolasco demonstra um talento inegável e o anseio louvável de construir significado por meio da imagem — a forma a serviço do conteúdo, com elegância e excelência. O problema é constatar a escassez de uma moral ou sentidos, pautas e reflexões para além da premissa.
Por isso, quando os irmãos Samuel, Vinícius e Rafael praticam tiro ao alvo em uma televisão, condenando a modernidade que promoveu o atraso de Paulistas e Soledad, a busca por semiótica (em vez de sua captação espontânea) em um registro documental sucumbe à clara manipulação de um significado óbvio, de autoconsciência deslocada do tipo de cinema proposto (depreender uma realidade por meio da observação), incorrendo em repetição e superficialidade. Uma pena em se tratando de uma obra com boa articulação de linguagem visual e um cineasta com claro futuro na profissão. Ainda assim, são problemas que não anulam os méritos da produção.
O diretor e roteirista ilustra esse aspecto com inteligência visual. Filiando Paulistas ao documentário observacional, Nolasco investe em planos estáticos e espaços interiores, fechados, ao encenar a vida dos habitantes remanescentes, retratados praticando serviços braçais, domésticos ou a assistência médica dos vizinhos. Os diálogos entre eles são banais e sua expressão é invariavelmente desgastada, além de envelhecida. Gente deteriorada como o habitat biológico da região, mas também seus espaços físicos, formado por casas de estrutura rachada, sem piso, precárias.
Nesse sentido, Daniel Nolasco remonta a um cinema regional (de apreensão do cotidiano do interior e imersão do espectador no cenário contemplado) que vinha sendo constante no circuito de arte brasileiro recente, tendo produzido pérolas de ficção naturalistas como Girimunho e Histórias Que Só Existem Quando Lembradas, ambos de 2011. O que afasta Paulistas desses dois pequenos grandes filmes, porém, é a abordagem do realizador. A pessoalidade do projeto é vertida em um ponto de conflito tênue: a proposta de não mais que retratar o abismo cultural entre a gente de outro tempo que permaneceu no local (também parado no tempo) e seus filhos, que conheceram a modernidade ao partir para Catalão e outras áreas urbanas do país.
Os ruídos típicos da vida rural, muito bem realçados pelo design de som da obra, são violentados pelas máquinas das motocicletas e pela trilha sonora roqueira que entoa essas viagens. A câmera adota um ritmo mais dinâmico, móvel, e as tomadas ganham amplitude, aspectos que denotam a vida de mais energia e horizontes de quem volta das cidades para as férias no campo. Assim, Nolasco demonstra um talento inegável e o anseio louvável de construir significado por meio da imagem — a forma a serviço do conteúdo, com elegância e excelência. O problema é constatar a escassez de uma moral ou sentidos, pautas e reflexões para além da premissa.
Por isso, quando os irmãos Samuel, Vinícius e Rafael praticam tiro ao alvo em uma televisão, condenando a modernidade que promoveu o atraso de Paulistas e Soledad, a busca por semiótica (em vez de sua captação espontânea) em um registro documental sucumbe à clara manipulação de um significado óbvio, de autoconsciência deslocada do tipo de cinema proposto (depreender uma realidade por meio da observação), incorrendo em repetição e superficialidade. Uma pena em se tratando de uma obra com boa articulação de linguagem visual e um cineasta com claro futuro na profissão. Ainda assim, são problemas que não anulam os méritos da produção.
descrição completa
ASSISTIR ONLINE
TRAILER
O melhor filme do ano
Os últimos Novos Filmes inserido
25.04.2023
Rapito (2023)
25.04.2023
Club Zero (2023)
25.04.2023
La Bête Dans La Jungle (2023)
25.04.2023
Almamula (2023)
25.04.2023
Adentro mío estoy bailando (2023)